Criar uma Loja Virtual Grátis
Partilhe esta Página



Total de visitas: 59985
As festividades e a Gastronomia
As festividades e a Gastronomia

Os manjares cerimoniais são uma forma de celebração gastronómica de uma região. Aqui ficam algumas festividades celebradas em Cetos e a gastronomia típica da altura.

O Santo Comilão (6 de Janeiro)

No dia do Santo Comilão era, e ainda hoje é, comum em Cetos percorrerem-se as ruas da aldeia a cantar as Janeiras, parando em cada casa e «dando música» aos donos da mesma. As pessoas dão, como oferta, salpicão, vinho, pão, chouriças, ovos, etc. No fim da ronda, juntam-se todas as pessoas da aldeia e fazem uma patuscada.

                                        

O Entrudo (Carnaval)

O alimento por excelência utilizado neste período festivo é sem dúvida a carne de porco, tanto em quantidade como em qualidade, e nas suas diversas apresentações, fresca, fumada, etc.

Em Cetos era comum as pessoas comerem orelheira de porco salgada, salpicão da língua, chouriça, tendo sido introduzido mais recentemente o consumo da carne de frango.

 

O Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos é uma das celebrações religiosas mais populares do País, relacionada com os vários aspectos da comemoração da quadra pascal. Este é o dia que dá início à Semana Santa e, reconstitui um dos episódios mais importantes e marcantes da vida de Jesus Cristo, a sua entrada em Jerusalém. Este período é assinalado pelo povo através de crenças e práticas. É comum aos Católicos levarem na véspera à igreja ramos de alecrim, oliveira, loureiro, entre outros, guardando-os depois todo o ano. 

Na Beira Interior, no Domingo de Ramos o manjar cerimonial é comer castanhas, e a proibição de comer as hortaliças.      Este costume de comer refeição com castanhas tem o nome de, «caldudo» e é feito com leite, açúcar e canela. 

 

A Páscoa    

      A Páscoa em Portugal, caracteriza-se por ser uma época em que é normal oferecer presentes, entre eles, alimentos designados normalmente por «folares». Há no País diversos tipos de folares; o mais comum “é o de um bolo em massa seca, doce, e ligada, feito com farinha de trigo, ovos, leite, azeite, banha ou pingue, açúcar e fermento, e condimentado com canela e ervas aromáticas.”

 Em Cetos verificamos a existência de um tipo diferente de folar, se é que assim pode ser chamado. Designa-se por bolo podre, ou pão podre e é feito exclusivamente na altura da Páscoa. O bolo podre tem como ingredientes a farinha de trigo, o fermento de padeiro, ovos, açúcar, azeite, banha, canela e raspa de laranja. É cozido, exclusivamente, em forno a lenha.

Segundo a entrevista a D. Etelvina, antigamente só os ricos tinham acesso a este doce, sendo que os mais pobres tinham que se contentar com umas «fogaças» feitas a partir da massa do pão de ovos, também conhecido por «trigo». Aproveitavam a massa do «trigo», adicionavam-lhe açúcar e canela e ia ao forno a cozer.

Hoje em dia, o bolo podre continua presente em qualquer mesa de Páscoa. Este bolo é sempre feito em grande quantidade, para oferecer à família e amigos, e para consumo próprio. Conserva-se geralmente na «loja» da habitação. Na falta desta, conserva-se no frigorífico ou congelador.

 

O Primeiro de Maio

Mais uma vez, temos uma cerimónia com origem cristã, é comum neste dia as pessoas celebrarem esta tradição com elementos vegetais, como flores ou arbustos e em troca obterem donativos. Na aldeia de Cetos, tal como demonstra a entrevista, também havia o hábito de se comerem castanhas secas piladas, senão dizia-se que levava o burro às costas durante o ano inteiro.

 

O Dia de Todos os Santos e Fiéis Defuntos

As cerimónias do Dia de Todos os Santos e Fieis Defuntos estão ligadas ao culto dos mortos. A par das celebrações religiosas, também se realizam actos de celebração alimentar. São característicos desta data, as castanhas e bolos próprios da ocasião, cujo nome varia conforme a região.

As castanhas normalmente são assadas em fogueiras, denominadas por “magustos”, e acompanhadas com vinho tinto. Tal como acontece nas celebrações do S. Martinho. Na Beira Interior estas celebrações são bastante praticadas, sobretudo na Beira Alta onde a presença de castanheiros é mais notada. Na Beira Alta em certas zonas também, é costume se comerem maças, a par do vinho e das castanhas.

 

O Natal

O Natal celebrado do dia 25 de Dezembro, celebra a data do nascimento de Jesus Cristo. Faz parte da tradição litúrgica do Natal, também a comemoração gastronómica, esta é uma data em que família e amigos se reúnem e estreitam, à mesa, laços familiares e sociais.

A tradição gastronómica deste dia é rica e variada na Beira Interior. As refeições fortes do Natal são, o jantar do dia de consoada e o almoço, assim como, toda a doçaria da quadra natalícia.

Na Beira Alta o Bacalhau e o polvo são os alimentos mais comidos na Ceia de Natal, enquanto no almoço do dia de Natal a refeição mais comum é o cabrito assado com batatas e grelos. Nos doces, aparecem os rapelhos, os borrachões, as beilhós de abóbora menina, as pitas e os bilharacos.

Em Cetos, verificamos que na véspera de Natal come-se couves cozidas com bacalhau. Fazem-se também as fritas chilas e as fritas fintas (fintas porque levam fermento e a massa tem que descansar), rabanadas e, para terminar, aletria. No dia de Natal antigamente comiam-se fritas, sopa de couves e as couves da véspera, se sobrassem. Havia também bolos de bacalhau, mas eram tão poucos que mal se conseguia provar.

 

Dia de S. Silvestre (30 Dezembro)

Como já foi referido no tópico Festas da secção das Manifestações Culturais, no dia de S. Silvestre algumas pessoas percorrem as ruas da aldeia parando em cada casa a cantar a desgarrada. Em troca, os donos da casa decoram a mesa com frutos secos, vinho e bagaço com mel para os visitantes se irem servindo.